domingo, 31 de maio de 2009

O sistema florestal no Chile

Ao se falar sobre o sistema florestal do Chile, o primeiro ponto a se destacar é que o governo chileno tem uma política de estado para o setor florestal. Em cada região do país há uma coordenação regional, com uma uma equipe técnica no Conaf- Conselho Nacional de Florestas.

O produtor rural que implanta florestas em terras agricultáveis, tem toda liberdade, assim como teria para o cultivo de outra atividade qualquer, como produção de grãos, forragens, porém, não recebe nenhum subsídio do governo.


Já os produtores rurais que decidem implantar atividades florestais em áreas não agricultáveis (terras com topografia inclinada ou morros) tem que apresentar um plano de manejo, que na verdade é um projeto com todas as etapas, desde o preparo do solo, manejo e colheita. Este plano é avaliado pelos técnicos do Conaf.

O projeto sendo aprovado, o pequeno produtor recebe subsídio de até 90%, e médios e grandes produtores recebem até 75%. Depois de um ano, e com a supervisão do Conaf, é emitido um certificado comprovando que o bosque ou floresta foi plantada. Em seguida, o produtor recebe em torno de 700 dólares de subsídio por cada hectare plantado.

Todo ano, o governo chileno publica um decreto com os valores de subsídio para os produtores que implantarem florestas. O valor do subsídio pode chegar a 2 mil dólares por hectare, incluindo o plantio, a construção de cercas e obras de contenção de erosão.

São considerados pequenos produtores os proprietários que tiverem áreas não agricultáveis de até 200 hectares e áreas agricultáveis até 12 hectares. Para receber o subsídio, o proprietário tem que ter um certificado do Indap, que é o Instituto que trabalha a extensão rural e assistência técnica estatal com os pequenos produtores.

No Chile, 60% das áreas com florestas são de grandes empresas, e as madeireiras geram produto para o mercado internacional, portanto com alto valor agregado. As demais áreas com florestas, 40%, produzem para o mercado interno, portanto com menor valor agregado.

3 comentários:

  1. Presidente,

    Bem-vindo ao Brasil!
    Pude perceber que o Senhor trouxe na bagagem muitas respostas. Trocar experiências é sempre bom, afinal quando mais unidos estiverem os países latino-americanos mais fortes ficaremos para vencer os problemas.
    Obrigada, pelos esclarecimentos prestados.
    Através dos mesmos, compreendi que há no Chile um parâmetro de classificação para os pequenos produtores, tal qual no Brasil. Associei o INDAP a EMATER e o certificado a DAP. Creio que compreendi direito, caso contrário peço que me corrija.

    Sempre grata à atenção dispensada.

    Rosana

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  2. Cara Rosana,
    A sua analogia está correta.Só que a classificação no Chile está associada a capacidade produtiva do solo. Diferente um pouco do Brasil que é relacionada a área do imóvel rural.
    Sds,
    José Silva

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  3. Prezado Zé Silva,

    não pude acompanhar o bate papo do dia 02 , pois, estou participando do Congresso Nacional de Florestas Energéticas, onde vira e mexe é mencionado da legislação ambiental como o maior entrave ao desenvolvimento florestal em minas. Sabemos que o problema nem sempre está na legislação e sim na inoperância do SISEMA que não consegue atender aos empreendedores em tempo hábil, incluindo-se aí os agricultoeres familiares principais prejudicados pelo excesso de burocracia e lentidão do sistema operacional ambiental mineiro.
    Gostaria de saber se você teve a oportunidade de colher informações sobre as questões legais ambientais no chile. Se os pequenos produtores têm um tratamento diferenciado e mais digno que os nossos.

    Um abraço!
    Sotero

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