segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Caminhando com o Produtor Rural - Processos de comercialização da Agricultura Familiar


Estamos participando, semanalmente, do Programa Agro News, de notícias, informações, entrevistas e debates sobre a atividade agrícola. O Agro News é veiculado pela Band Triângulo, em parceria com o site redeagromais.com.br, com cobertura em todo o Noroeste e Triângulo Mineiro.

O Programa vai ao ar aos sábados, às 7h45, com reprise aos domingos, às 7h15, e nossa participação acontece no quadro “Caminhando com o Produtor Rural”. Passamos a publicar aqui, às segundas feiras, o tema que tratamos a cada semana no Programa.

Processos de comercialização da Agricultura Familiar

http://www.redeagromais.com.br/mostraVideo.php?id=357&video=http://www.youtube.com/v/pIZycnrF_8s?version=3&hl=pt_BR&rel=0

Primeiramente, devemos dizer que a comercialização é um dos grandes desafios da agricultura familiar de nosso País. Por diversas razões, esse processo nem sempre se dá de forma mais adequada, e às vezes até acarretando prejuízos às famílias rurais. E justamente no momento de valorizar sua produção, de recompensar todo o esforço do trabalho, os agricultores se encontram desamparados, entregues às forças cegas do mercado.

É por isso que na Emater de Minas Gerais, dentro do Programa Minas Sem Fome, do Governo do Estado, criamos diversos projetos de apoio à comercialização, com ações de suporte nesse processo tão importante para a rentabilidade da atividade rural. Um exemplo desses projetos são os Centros de Comercialização da Agricultura Familiar, um espaço para a comercialização, manifestações culturais suportes de informações de mercado, onde os produtores recebem os consumidores de uma maneira digna e adequada.

Recentemente participamos da inauguração de um desses Centros, no município de Carneirinho, no Triângulo Mineiro, onde 21 associações rurais estão comercializando dessa maneira inovadora os seus produtos. Outros Centros estão em construção, como o Centro de Comercialização da Agricultura Familiar de São Francisco, no Norte de Minas.

No Plano Safra 2011/2012, do Governo Federal, o apoio a esses processos de comercialização está presente com políticas como o PAA – Programa de Aquisição de Alimentos; o Programa Nacional de Alimentação Escolar; e o de Garantia de Preços Mínimos da Agricultura Familiar.

O Programa de Aquisição de Alimentos é uma ação do Programa Fome Zero, que garante o acesso a alimentos em quantidade, qualidade e regularidade necessária para atender as populações carentes de nosso País.

Com o programa, comprando diretamente da agricultura familiar, o Governo forma estoques estratégicos de alimentos, com a armazenagem da produção para comercializá-los a preços mais justos. O Programa de Alimentação Escolar é outra grande oportunidade de comercialização para a agricultura familiar. Esse programa determina que, no mínimo, 30% dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação sejam destinados à compra direta de produtos da agricultura familiar.

Vele à pena conhecer melhor essas políticas públicas de apoio à comercialização da agricultura familiar. Para este ano, por exemplo, os recursos governamentnais para o Programa de Aquisição de Alimentos chegam a 194 milhões de reais. Isso permite ampliar o número de agricultores participantes do programa, comercializando seus produtos a preços mais justos que os oferecidos pelo mercado formal.

Informe-se em seu município, junto aos órgãos competentes, se essas políticas estão sendo colocadas em prática. O apoio à comercialização é fundamental para a rentabilidade e lucratividade com a produção agrícola familiar, e um formador de preços mais justos para o trabaho rural.

Um abraço, e Vamos Juntos!

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

QUEIJO MINAS ARTESANAL

== Pronunciamento no Plenário da Câmara Federal em defesa do Queijo Minas Artesanal
5 de setembro de 2011 ==

- Menção de congratulação ao filme "O Mineiro e o Queijo" de Helvécio Ratton -


Valores culturais costumam levar um certo tempo para serem reconhecidos. Principalmente se são um patrimônio imaterial, intangível, como é o caso do queijo minas artesanal. Na realidade, essa questão do queijo mineiro é mais embaixo. Reconhecimento ele tem, de todos os brasileiros que já tiveram a oporotunidade de desgustá-lo. Então, vamos ser claro: o queijo minas artesanal está no meio de uma guerra de mercados, vítima de reservas de mercado. É simples assim – os grandes latícinios, as grandes agroindústrias, querem o mercado consumidor apenas para eles, e pronto. E para isso fazem uma cortina de fumaça com um emaranhado de leis sanitárias, de regras de comercialização, de pontos de maturação do queijo, e ponha um imensa etc nisso tudo.



Enrolação. No fundo, não querem que o agricultor familiar ocupe o mercado como merece. Talvez não por alguma maldade, mas por instinto de ferocidade comercial. A situação do queijo é emblemática dessa guerra, mas que também acontece com os biscoitos, com os doces e, em menor ou maior acirramento, acontece com todos os produtos artesanais da agroindústria familiar. Porque as grandes indústrias sabem que, na concorrência pela qualidade, pela tradição, pelo sabor e valor cultural, os produtos artesanais mineiros são reconhecidos por todos os brasileiros, de Norte a Sul do País.




Então, a nossa luta não é apenas pelo valor cultural do queijo minas. É também pelo mercado, é também uma luta econômica. Cerca de 30 mil famílias têm na produção do queijo minas artesanal uma de suas fontes de renda, quando não a única. Minas é recortada de montanhas, de vales e rios, e esse ambiente físico induziu a agricultura familiar à transformação da matéria-prima leite, como forma de agregar valor à produção, comercializar produtos acabados e vencer, assim, as restrições impostas pelo pequeno espaço para produzir.




Dessa geografia, aliada à história trazida pelos colonizadores portugueses, no Século 18, nasceram os processos criativos e inovadores na produção do queijo minas artesanal. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional reconheceu os valores culturais desse produto, e o transformou em Patrimônio Imaterial do nosso País. Quando na presidência da Emater de Minas Gerais, tivemos oportunidade de valorizar esse patrimônio cultural. Criamos os Centros de Excelência de Qualidade do Queijo Minas Artesenal, hoje com duas unidades em funcionamento: uma no município de Medeiros, na Serra da Canastra, e outro em Rio Paranaíba, no Alto Paranaíba. O que era bom, ficou ainda melhor com esse apoio e assistência às famílias produtoras de queijo dessas regiões.

A luta continua. Agora, mais especificamente, no campo da comercialização. Todo homem, a começar dos brasileiros, tem direito à degustação do queijo minas artesanal. É um sabor, é uma qualidade, é uma cultura, enfim, que não pode ser um privilégio apenas de mineiros. Não seria justo.