terça-feira, 10 de agosto de 2010

Uma imagem que marca


Na era da internet, que em poucos segundos uma mensagem atravessa o mundo pelos sinais de satélite. Ainda temos situações, no mínimo, inusitadas.

Para mim, é uma imagem forte, pois volto no tempo pelo menos 38 a 40 anos, quando já com quase nove anos de idade, ingressei na Escola de Dona Geralda. Uma senhora educada, culta e de uma serenidade que marcou minha vida. Para ir para a escola era no lombo de um cavalo chamado Alazão, que marchava todos os dia 1 légua (6 Km) de ida e 1 de volta. Já íamos "almoçados". Na roça levanta-se cedo e almoça-se cedo também. A aula começava as 10 horas e encerrava as 16 horas, com direito a 1 hora de recreio. No recreio depois de merenda, que era transportada no caldeirãozinho de alumínio, saímos para a margem do riacho reserva onde tinha aves, macacos...

A escola não tinha lousa. Eram 2 cadernos, um que levávamos para casa e outro que ficava com a professora para passar as matérias. Carteiras também não tinha, eram tocos de madeiras com casqueiros (um tipo rústico de tábua) em cuia, tanto para assento, como apoio para escrever.

E o tempo passou... Que será que estes meninos que usam o carro de boi e bicicleta encontram em suas escolas?

Cruzei com estes garotos numa estrada rural do Norte Minas, às seis e meia da manhã, e não me contive em parar para registrar e conversar com eles. Descobri seus nomes, os nomes dos dois bois que emprestam sua força para levar as crianças até a escola e percebi a simplicidade a que eles - ainda hoje - estão acostumados.

Não há absolutamente nada de errado em levar uma vida simples, e o sorriso encabulado nos olhos deles mostra isso... Segui ali meu caminho escrevendo anotações para plataforma... ainda temos que olhar pela educação rural. E mais que isso, segui na estrada torcendo para que a escola que os aguardava aquela hora da manhã valha a pena como a minha velha escola valeu.

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