Quando analisamos a produção de grãos, a área plantada e o consumo nacional, percebemos, com mais certeza, que o maior problema é o acesso à alimentação. De 2005 a 2009, segundo dados da CONAB-Companhia Brasileira de Abastecimento, a produção brasileira de grãos passou de 113, 9 para 136,6 milhões de toneladas, enquanto a área plantada reduziu de 49 para 47,7 milhões de hectares. Já o consumo saiu de 97,5 para 107,1 milhões de toneladas de grãos. Dados que evidenciam a competência do setor produtivo que, mesmo reduzindo a área plantada, aumentou a produção de grãos.
Se fizermos a análise de um período maior, esta afirmação é ainda mais contundente. De 1976 a 2007, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a área plantada com grãos teve um aumento de 36%, enquanto a produção aumentou 268%, para um aumento de produtividade de 169%. Com isto, ficamos mais convencidos de que o grande desafio do Estado brasileiro continua sendo construir, implementar e viabilizar políticas públicas para garantir o acesso à alimentação .
Vamos conversar mais sobre este assunto hoje, às 16h30. Espero por você!
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Caro Presidente, números à parte, o problema da fome está muito mais no acesso à alimentos do que na produção. Neste sentido a ATER tem papel e oportunidade singular em provocar projetos de abastecimento local e regional que somados, se mostrarão projetos de SAN de magnitude inigualável. A AF vive recente processo de transição entre o auto abastecimento e venda de excedentes, ou da própria produção para comercialização impulsionados pela necessidade de aquisição de bens e serviços do mundo moderno que chegou ao campo, caracterizado pelo novo mundo rural. Hoje, políticas como as feiras livres, o PAA, e mais recente, a lei estadual 16.297/2006 (leite na alimentação escolar) e a MP 455 (mínimo de 30% da Alimentação Escolar fornecida por AF) estas últimas ainda dependende de regulamentação, contribuirá em muito no repensar de políticas de abastecimento local e regional. Entendo ser este o memento de a ATER e seus extensionistas ser mais agressivos na proposição de construção ou gestão de políticas que unam a produção para auto consumo e para comercialização, na lógica do auto abastecimento. Dessa forma estreita-se a produção e o consumo, fornecendo assim alimentos com menor preço, ou seja mais acessível a camadas da população de menor poder aquisitivo, maior valorização da cultura alimentar local e alimento com maior valor agregado e segurança alimentar, o que certamente impulsionará um novo momento do DRS avançando, inclusive, na perspectiva da soberania alimentar local e regional.
ResponderExcluirOlá Zé Silva,
ResponderExcluirParabéns pelo seu trabalho.
Estas informações são importantes e a discussão deverá levar a ações efetivas visando a eliminação da fome em nosso país.
Fico feliz em ver sua luta em defesa dos mais necessitados. Parabéns!
Caro José Silva,
ResponderExcluirO acesso a alimentação também passa pelo transporte.
Muitas vezes os produtos rodam dentro dos Estados,até chegar as prateleiras e as mesas da população.
O que necessitamos é de incentivar a implantação e construção de políticas ,como bem argumenta o colega Ademar.Porem,temos que estar atentos a produção em escala,para atender de forma contínua ao consumidor.
Penso,que devemos abrir nossos horizontes para produção regional e apoiar a diversificação.Para tanto nós (Agentes da Extensão Rural) devemos estar apoiando este diálogo.
Sucesso e Forte Abraço.
JSS - Vc percebe que está havendo uma descapitalização dos agricultores. Houve aumento de produção (2ª maior produção desde 1997) porém houve redução de 3,8% da renda.
ResponderExcluirExiste produção, o problema é a má distribuição, desperdícios e altas perdas pós-colheita?
Caros Ademar e Márcio,
ResponderExcluirO fortalecimento dos mercados locais e a valorização de produtos regionais são políticas públicas importantes para dar oportunidades de acesso à alimentação. Mas os principais entraves estão ligados ao emprego, a renda e educação, fatores fundamentais para redução de desigualdades.
Sds
Cara Mara,
ResponderExcluirCom certeza transporte ou logística são fatores que impactam na distribuição de alimentos. Mas coloco um outro ponto importatante que é a entrada do mercado financeiro na comercialização de commoditties, como o caso da soja que em um ano o volume de uma safra chega a girar 30 vezes nas bolsas de mercadorias.
Sds.
Caro Deny,
ResponderExcluirO problema não é produção. E sim igualdade social. Você coloca um outro ponto importante, que é a perda de renda dos agricultores. Que é comprovado pelo fato de nos últimos 35 anos (1970 a 2005) os preços dos alimentos terem reduzido.
Sds.
Presidente José Silva,
ResponderExcluirNos meus 20 anos diria que a solução para os problemas: miséria e fome seria o socialismo. Era assim que eu via o mundo, tudo era culpa do sistema capitalista, com direito a sobrar para o Presidente dos Estados Unidos e etc. e tal. A utopia do comunismo habitava minha vida.
Hoje, aos 42 anos, não sei se estou mais ou menos utópica, porém acredito que a miséria social é resultante da miséria humana. A única solução que vejo para a eliminação de toda espécie de desigualdade é um processo de humanização amplo e irrestrito. Uma espécie de “neo-renascimento”, onde o homem aprenda a ser verdadeiramente humano; vivendo cada vez menos em nome dos interesses individuais e investindo no coletivo. Que haja desenvolvimento, mas o desenvolvimento sustentável, onde todos possam viver dignamente.
Não dá para dizer para quem passa fome: _ espere, vamos nos humanizar para que você tenha o que comer! Então, o assistencialismo é a única arma que temos em curto prazo. Assim sendo, todos os recursos são bem-vindos! Que o Governo Federal reflita sobre a importância de mais recursos para a agricultura e a pecuária brasileira.
Produzir grãos não é o problema, como o Senhor mesmo disse, mas distribuí-lo com menos desigualdade.
Além de manter a esperança o que mais podemos fazer, Presidente, para ajudá-lo e aos seus companheiros nesta empreitada em busca de justiça social?
Abraços,
Rosana Corrêa
A questão da fome no mundo,é causada pela má distribuição de renda, fato que está muito longe de ser resolvido nos países como o Brasil. O desenvolvimento das pessoas é um meio de encurtar as disparidades existentes a respeito dos direitos básicos de dignidade que faz-se necessario para obtenção de cidadania e justiça social.Diferentemente do crescimento economico nos moldes atuais, que visa o ganho a todo custo sem levar em consideração a vida. humana e o meio ambiente.
ResponderExcluirPaulo Edson