segunda-feira, 15 de junho de 2009

Ainda sobre o acesso à alimentação...

Quando analisamos a produção de grãos, a área plantada e o consumo nacional, percebemos, com mais certeza, que o maior problema é o acesso à alimentação. De 2005 a 2009, segundo dados da CONAB-Companhia Brasileira de Abastecimento, a produção brasileira de grãos passou de 113, 9 para 136,6 milhões de toneladas, enquanto a área plantada reduziu de 49 para 47,7 milhões de hectares. Já o consumo saiu de 97,5 para 107,1 milhões de toneladas de grãos. Dados que evidenciam a competência do setor produtivo que, mesmo reduzindo a área plantada, aumentou a produção de grãos.

Se fizermos a análise de um período maior, esta afirmação é ainda mais contundente. De 1976 a 2007, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a área plantada com grãos teve um aumento de 36%, enquanto a produção aumentou 268%, para um aumento de produtividade de 169%. Com isto, ficamos mais convencidos de que o grande desafio do Estado brasileiro continua sendo construir, implementar e viabilizar políticas públicas para garantir o acesso à alimentação .

Vamos conversar mais sobre este assunto hoje, às 16h30. Espero por você!

9 comentários:

  1. Caro Presidente, números à parte, o problema da fome está muito mais no acesso à alimentos do que na produção. Neste sentido a ATER tem papel e oportunidade singular em provocar projetos de abastecimento local e regional que somados, se mostrarão projetos de SAN de magnitude inigualável. A AF vive recente processo de transição entre o auto abastecimento e venda de excedentes, ou da própria produção para comercialização impulsionados pela necessidade de aquisição de bens e serviços do mundo moderno que chegou ao campo, caracterizado pelo novo mundo rural. Hoje, políticas como as feiras livres, o PAA, e mais recente, a lei estadual 16.297/2006 (leite na alimentação escolar) e a MP 455 (mínimo de 30% da Alimentação Escolar fornecida por AF) estas últimas ainda dependende de regulamentação, contribuirá em muito no repensar de políticas de abastecimento local e regional. Entendo ser este o memento de a ATER e seus extensionistas ser mais agressivos na proposição de construção ou gestão de políticas que unam a produção para auto consumo e para comercialização, na lógica do auto abastecimento. Dessa forma estreita-se a produção e o consumo, fornecendo assim alimentos com menor preço, ou seja mais acessível a camadas da população de menor poder aquisitivo, maior valorização da cultura alimentar local e alimento com maior valor agregado e segurança alimentar, o que certamente impulsionará um novo momento do DRS avançando, inclusive, na perspectiva da soberania alimentar local e regional.

    ResponderExcluir
  2. Olá Zé Silva,
    Parabéns pelo seu trabalho.
    Estas informações são importantes e a discussão deverá levar a ações efetivas visando a eliminação da fome em nosso país.
    Fico feliz em ver sua luta em defesa dos mais necessitados. Parabéns!

    ResponderExcluir
  3. Caro José Silva,
    O acesso a alimentação também passa pelo transporte.
    Muitas vezes os produtos rodam dentro dos Estados,até chegar as prateleiras e as mesas da população.
    O que necessitamos é de incentivar a implantação e construção de políticas ,como bem argumenta o colega Ademar.Porem,temos que estar atentos a produção em escala,para atender de forma contínua ao consumidor.
    Penso,que devemos abrir nossos horizontes para produção regional e apoiar a diversificação.Para tanto nós (Agentes da Extensão Rural) devemos estar apoiando este diálogo.
    Sucesso e Forte Abraço.

    ResponderExcluir
  4. JSS - Vc percebe que está havendo uma descapitalização dos agricultores. Houve aumento de produção (2ª maior produção desde 1997) porém houve redução de 3,8% da renda.
    Existe produção, o problema é a má distribuição, desperdícios e altas perdas pós-colheita?

    ResponderExcluir
  5. Caros Ademar e Márcio,
    O fortalecimento dos mercados locais e a valorização de produtos regionais são políticas públicas importantes para dar oportunidades de acesso à alimentação. Mas os principais entraves estão ligados ao emprego, a renda e educação, fatores fundamentais para redução de desigualdades.
    Sds

    ResponderExcluir
  6. Cara Mara,
    Com certeza transporte ou logística são fatores que impactam na distribuição de alimentos. Mas coloco um outro ponto importatante que é a entrada do mercado financeiro na comercialização de commoditties, como o caso da soja que em um ano o volume de uma safra chega a girar 30 vezes nas bolsas de mercadorias.
    Sds.

    ResponderExcluir
  7. Caro Deny,
    O problema não é produção. E sim igualdade social. Você coloca um outro ponto importante, que é a perda de renda dos agricultores. Que é comprovado pelo fato de nos últimos 35 anos (1970 a 2005) os preços dos alimentos terem reduzido.
    Sds.

    ResponderExcluir
  8. Presidente José Silva,

    Nos meus 20 anos diria que a solução para os problemas: miséria e fome seria o socialismo. Era assim que eu via o mundo, tudo era culpa do sistema capitalista, com direito a sobrar para o Presidente dos Estados Unidos e etc. e tal. A utopia do comunismo habitava minha vida.
    Hoje, aos 42 anos, não sei se estou mais ou menos utópica, porém acredito que a miséria social é resultante da miséria humana. A única solução que vejo para a eliminação de toda espécie de desigualdade é um processo de humanização amplo e irrestrito. Uma espécie de “neo-renascimento”, onde o homem aprenda a ser verdadeiramente humano; vivendo cada vez menos em nome dos interesses individuais e investindo no coletivo. Que haja desenvolvimento, mas o desenvolvimento sustentável, onde todos possam viver dignamente.
    Não dá para dizer para quem passa fome: _ espere, vamos nos humanizar para que você tenha o que comer! Então, o assistencialismo é a única arma que temos em curto prazo. Assim sendo, todos os recursos são bem-vindos! Que o Governo Federal reflita sobre a importância de mais recursos para a agricultura e a pecuária brasileira.
    Produzir grãos não é o problema, como o Senhor mesmo disse, mas distribuí-lo com menos desigualdade.
    Além de manter a esperança o que mais podemos fazer, Presidente, para ajudá-lo e aos seus companheiros nesta empreitada em busca de justiça social?

    Abraços,

    Rosana Corrêa

    ResponderExcluir
  9. A questão da fome no mundo,é causada pela má distribuição de renda, fato que está muito longe de ser resolvido nos países como o Brasil. O desenvolvimento das pessoas é um meio de encurtar as disparidades existentes a respeito dos direitos básicos de dignidade que faz-se necessario para obtenção de cidadania e justiça social.Diferentemente do crescimento economico nos moldes atuais, que visa o ganho a todo custo sem levar em consideração a vida. humana e o meio ambiente.

    Paulo Edson

    ResponderExcluir