sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Um Fundo Social para garantir direitos de cidadania no campo
Esses milhões de brasileiros não têm ainda garantido um direito elementar e rotineiro para todas as demais pessoas que vivem em áreas urbanas: endereço para receber os Correios em sua casa, um direito que garante uma janela aberta para o mundo, para as informações, para os serviços e a interação com empresas, governos e tudo o mais que nos coloca em contato com a vida externa à nossa casa.
Basta este quadro simples de nossa realidade social para mostrar com clareza a marginalidade em que ainda vivem as populações rurais, quanto ao acesso aos direitos básicos de cidadania e a políticas públicas para a melhoria da qualidade de vida. São realidades como essa que queremos mudar, com o nosso trabalho no Congresso Nacional, com o resgate desses e de todos os demais direitos de cidadania para todos os brasileiros.
A falta de endereço é apenas uma amostra dessa ausência de políticas públicas para as populações do campo. Ali também não chegam os investimentos públicos para o esporte, a cultura e o lazer; para o transporte coletivo e saneamento básico, a simples coleta de lixo domiciliar, abastecimento doméstico de água e sistemas de telefonia. Energia elétrica, por exemplo, em que pese esforços recentes de implantação desse serviço público, ainda há milhões de pessoas sem luz no meio rural. Mas, o mais grave, sem dúvida, é a ausência de serviços de saúde e de educação no meio rural, ou, quando existem, a precariedade desses serviços mais sugerem a ausência que presença do Estado brasileiro.
Na Câmara Federal, vamos trabalhar intensamente para que esses direitos sejam uma realidade no campo, beneficiando crianças, jovens e adultos que ali trabalham e produzem os alimentos e o meio ambiente saudável que todos necessitamos. Não é justo, absolutamente, que fiquem marginalizados dessas políticas e direitos que, bem ou mal, todos os brasileiros que vivem nas cidades já têm acesso há muito tempo. Para isso, nossa proposta é criar um Fundo Nacional para o Desenvolvimento Social no Meio Rural. E para formar esse Fundo, não precisamos de mais impostos, pois temos as receitas de tributos e impostos já existentes e gerados pelo setor agropecuário, principalmente.
E vamos propor que a gestão desse Fundo seja feita pelos municípios e organizações da sociedade civil, como os conselhos municipais, para evitar a burocracia, as viagens de ida e volta a Brasília, o desperdício e outros problemas da gestão centralizada de recursos. Com esta política pública e sua fonte de recursos, temos a convicção de que será possível em pouco tempo, relativamente, resgatarmos essa dívida social imensa com milhões de irmãos brasileiros que vivem no meio rural, e que participam com o seu trabalho e seu esforço da construção diária de nosso País.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Uma imagem que marca
Na era da internet, que em poucos segundos uma mensagem atravessa o mundo pelos sinais de satélite. Ainda temos situações, no mínimo, inusitadas.
Para mim, é uma imagem forte, pois volto no tempo pelo menos 38 a 40 anos, quando já com quase nove anos de idade, ingressei na Escola de Dona Geralda. Uma senhora educada, culta e de uma serenidade que marcou minha vida. Para ir para a escola era no lombo de um cavalo chamado Alazão, que marchava todos os dia 1 légua (6 Km) de ida e 1 de volta. Já íamos "almoçados". Na roça levanta-se cedo e almoça-se cedo também. A aula começava as 10 horas e encerrava as 16 horas, com direito a 1 hora de recreio. No recreio depois de merenda, que era transportada no caldeirãozinho de alumínio, saímos para a margem do riacho reserva onde tinha aves, macacos...
A escola não tinha lousa. Eram 2 cadernos, um que levávamos para casa e outro que ficava com a professora para passar as matérias. Carteiras também não tinha, eram tocos de madeiras com casqueiros (um tipo rústico de tábua) em cuia, tanto para assento, como apoio para escrever.
E o tempo passou... Que será que estes meninos que usam o carro de boi e bicicleta encontram em suas escolas?
Cruzei com estes garotos numa estrada rural do Norte Minas, às seis e meia da manhã, e não me contive em parar para registrar e conversar com eles. Descobri seus nomes, os nomes dos dois bois que emprestam sua força para levar as crianças até a escola e percebi a simplicidade a que eles - ainda hoje - estão acostumados.
Não há absolutamente nada de errado em levar uma vida simples, e o sorriso encabulado nos olhos deles mostra isso... Segui ali meu caminho escrevendo anotações para plataforma... ainda temos que olhar pela educação rural. E mais que isso, segui na estrada torcendo para que a escola que os aguardava aquela hora da manhã valha a pena como a minha velha escola valeu.
domingo, 8 de agosto de 2010
Pai...
Por isso hoje quero registrar meu sincero respeito por esta figura que acolhe, orienta e nos nutre por toda a vida. Que Deus abençoe a todos que embarcaram nesta grande tarefa.
Um Feliz Dia dos Pais!
domingo, 1 de agosto de 2010
Em pouco menos de um mês da trabalho de campanha deu pra conhecer realidades políticas e prosseguir no meu "velho curso de escutatória".
Com orgulho e com muito trabalho de equipe conto que já passei por 190 municípios. Contagem extraoficial, mas real. Temos o que posso chamar de um trabalho de formiguinha, construindo de pouco a pouco uma campanha que tem contado com anotações em blocos de papel, pedidos, reclamações, sugestões, apoios, abraços... enfim um trabalho de diálogo.
Passei por comunidades rurais de todo o estado, meio que tenho como causa de vida e, como já disse, pela qual caminho todos os dias, e venho reparando o quanto a simplicidade tange o que, paradoxalmente, vai necessitar de um trabalho complexo. O que buscamos são direitos elementares, mas que uma grande parte das pessoas do campo não tem acesso.
Lancei este novo desafio em minha vida e percebo mais que nunca que política é uma via de mão dupla. O voto é como uma assinatura em um cheque em branco. Damos este cheque a cada indivíduo que assume uma cadeira em qualquer instância de Governo. Vejo o tamanho da responsabilidade e peço a Deus que ilumine, a mim e minha equipe, para darmos conta de tamanho recado.
Espero poder registrar muitos momentos aqui. Momentos felizes, difíceis, emocionados, exaustivo, mas registrar e fazer também do espaço digital mais um palco de diálogos e construção participativa.
Vamos juntos fazer muito mais!