terça-feira, 28 de julho de 2009

Ater conquista mais espaço em Goiás

A comemoração do Dia do Produtor Rural, 28 de julho, será marcada pelo anúncio da recriação da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Goiás, criada em 1975, a partir da Associação de Crédito e Assistência Rural do Estado de Goiás – Acar-GO e transformada em 1999 em Agência Rural.

Com a reforma administrativa feita pelo Governo de Goiás em 2007, a Agência Rural passou a fazer parte da Seagro. Agora, com a recriação da instituição, a extensão rural no Estado vai voltar a ser feita pela Emater, que passa a ser um órgão vinculado à Seagro.

Durante o período em que esteve atuante, a Emater desenvolveu inúmeras pesquisas e prestou serviço de assistência técnica e extensão rural à milhares de agricultores. Hoje o Estado é destaque na produção de variedades mais resistentes de soja, além de arroz, feijão, algodão, trigo e tomate industrial. As variedades gado de corte e de leite também se beneficiaram com as pesquisas desenvolvidas pela empresa.

Sem dúvida, esta é mais uma grande conquista da ATER brasileira. Goiás é o coração do agronegócio brasileiro e a assistência técnica e extensão rural estará mais uma vez presente para somar esforços. Em 2008, entidades representantes do setor agropecuário, entre elas a Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural (Asbraer), Frente Parlamentar pela Extensão Rural e Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), reivindicaram ao Governador de Goiás, Alcides Rodrigues, o retorno e manutenção do sistema de extensão rural no Estado de Goiás, que tem uma longa história de prestação de serviço à agricultura familiar.

A Asbraer em parceria com o MDA, apresentou projeto de reestruturação do sistema de assistência técnica e extensão rural, com o objetivo de conferir mais agilidade ao trabalho e modernizar os procedimentos administrativos e financeiros.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

I Encontro de Organizações Rurais da Região de Pouso Alegre

No dia 23 de julho, em Inconfidentes, aconteceu o I Encontro de Organizações Rurais da Região de Pouso Alegre. Uma ação para fortalecer o associativismo na região, por meio da integração e troca de experiências e informações. Cerca de 300 pessoas estiveram presentes, sendo todas representantes das organizações rurais dos 25 municípios participantes e lideranças. Neste evento, fiz uma palestra sobre “Políticas Públicas para as Organizações Rurais”, com informações importantes sobre Crédito Rural, Segurança Alimentar e Mercado para Agricultura Familiar e suas organizações.

Em seguida, a convite do diretor Geral do IF Sul de Minas, Roberto Ceccon, participei de uma reunião, onde foi solicitada a implantação de uma unidade do VERdeMINAS, com o desenvolvimento de cursos de especialização ou aperfeiçoamento na área Ambiental, para beneficiar não somente o Instituto, mas todos os agricultores, filhos de agricultores e extensionistas da região. Hoje temos em funcionamento seis unidades do VERdeMINAS, e a meta é chegar a 30.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Extensão Rural agora é Lei!


Ontem foi um dia histórico para a Extensão Rural. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o documento, que encaminha ao Congresso Nacional o Projeto de Lei do Executivo, em regime de urgência, para a criação da Lei Geral de Ater. Lula ainda afirmou que, com a Lei, a agricultura familiar será mais forte e mais produtiva.

O Projeto de Lei encaminhado ao Congresso assegura o repasse de recursos para os serviços de extensão rural no país, diminuindo a burocracia e assegurando que o crédito chegue na hora certa, a fim de evitar a descontinuidade dos projetos e ações de fortalecimento da agricultura familiar.

A nova Lei é um grande marco para o setor, que desde 2003 vive um ciclo de expansão. O número de agricultores familiares atendidos pela extensão rural passou de 1,8 milhões em 2002 para 2,8 milhões em 2008. A nossa expectativa é de que a Lei Geral de Ater garanta o repasse de recursos de forma continuada, não vai havendo necessidade de assinar um convênio e ficar aguardando o dinheiro chegar.

Com a Lei, todos os anos, independente de quem esteja no poder, os recursos da União estarão assegurados.

Esta é mais uma vitória para comemorarmos juntos!

terça-feira, 21 de julho de 2009

O Vale é mais...

Nos dias 17 e 18 de julho, quando lançamos os programas de melhoria da qualidade do Queijo Cabacinha e Farinha do Jequitinhonha, e participamos da Feira de Touros do Pró-Genética, ficou claro que o Jequitinhonha é muito mais do que eu já havia escrito.

É difícil colocar no papel todas as potencialidades do Jequitinhonha. As terras férteis, o clima próprio para fruticultura, a água para irrigação, o turismo, a localização estratégica, muita história e gente boa.

É evidente que há um passivo muito grande de falta de políticas públicas. Nos últimos anos, na liderança do governador Aécio Neves, começou uma grande transformação na região, com programas importantes como o Pró-acesso, Eletrificação Rural, Telefonia, Pró-Genética, Educação, Inclusão Produtiva, Leite pela Vida e Minas Sem Fome. Além, é claro, da parceria com o Governo Federal, com programas como o Pronaf, Mais Alimentos, etc.

Nos últimos meses, estamos dandos passos importantes para otimizar a geração de renda, através das cadeias produtivas da pecuária de leite e corte, da fruticultura, liderada pela cooperativa de Crédito Credial. Os próximos passos, construirmos com os pecuaristas, com os técnicos, com as lideranças da região, com a cooperativa de leite Copleal e de crédito credial dois projetos: o primeiro, de melhoria da qualidade genética do rebanho e da qualidade do leite. O outro, é a implantação de um frigorífico, para que o excelente gado do Jequitinhonha seja abatido na região, garantindo assim agregação de valor.

Assim, juntos estaremos dando ao Jequitinhonha o valor que ele merece.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Valores do Jequitinhonha

O Vale do Jequitinhonha, para quem não conhece, é uma região de encantar, por várias razões. A primeira é pela qualidade de sua gente. Povo alegre, lutador, com muita garra e com um calor humano admirável. No campo cultural, a diversidade das manifestações ligadas às tradições da região, com manifestações culturais únicas, ligadas aos mitos da natureza e às lendas, o rico artesanato de barro, os poetas populares com fortes expressões musicais e folclóricas.

A história de sua gente e a luta para superar as adversidades, aliadas à forte união em torno das causas regionais, também chamam a atenção. A região é detentora de exuberante beleza natural, com traços sobreviventes da cultura dos povos indígenas e da cultura negra.

Tenho uma visão muito diferente dos que falam que a região é pobre. Acredito que sempre faltou oportunidade. As agruras do clima semi-árido e a ausência histórica das políticas públicas com foco no desenvolvimento sustentável da região, tem como consequência os baixos índices de desenvolvimento nas áreas de infra-estrutura de logística, energia elétrica, habitação (especialmente no meio rural, onde ainda está mais de 75% da população), comunicação, escolas e, principalmente, nas atividades econômicas de inclusão produtiva.

E, é neste contexto que quero falar de dois encantos que venho cultuando nos últimos anos: O Queijo Cabacinha e a Farinha do Jequitinhonha. Patrimônios históricos de Minas Gerais. São tradições com a qualidade mineira do Jequitinhonha. Muito mais do que produtos derivados do leite e da mandioca, são produtos com a história da gente brava, honesta e alegre do Jequitinhonha.

Tudo começou há cinco anos, nas várias idas à trabalho na região. Comecei a observar nas margens da rodovia a beleza do queijo cabacinha, vendido nas tendas e barracas. Ver em cada casa toda comida sendo preparada e acompanhada com a deliciosa farinha do Jequitinhonha, e em todo fundo de quintal, a rústica cultura da mandioca e as modestas e históricas farinheiras que, tecnicamente, chamamos de agroindústria artesanal de farinha, e que contam a história e tradição de cada família, de cada comunidade.

Estaremos lançando nos dias 17 e 18 de julho os projetos: Queijo Cabacinha e Farinha do Jequitinhonha - Tradição com qualidade mineira. Nosso objetivo é valorizar e destacar a importância cultural, social e econômica destes produtos. Motivar e provocar a diversificação das atividades das propriedades da região. Garantir mais eficácia destas cadeias produtivas, por meio do aumento da produtividade, com disponibilização de informações, inovações para o avanço tecnológico, com boas práticas de produção, processamento e agregação de valor. E, o mais importante, fortalecer a marca Jequitinhonha. Por que o Jequitinhonha é muito mais que isso...

sábado, 11 de julho de 2009

Conhecimento e integração para fortalecer a agricultura

Nos dias 08 e 09 de Julho, estive na cidade de Uberlândia. Foi um dia cheio, dentre vários compromissos e entrevistas.
Pela manhã de quarta-feira, participei da abertura da 21ª Semana da Família Rural, no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia, com autoridades do município. Na abertura fiz questão de destacar a importância do evento como forma de integração, troca de experiências , conhecimento de novas tecnologias e, principalmente da participação dos jovens do Projeto Transformar e seus resultados para o futuro no campo. Outro ponto que destaquei, foi a comercialização dos produtos de quem participou da Semana da Família Rural nos anos anteriores e agora comercializam os seus produtos, como: doces, bordados, requeijão, dentre outros, aumentando assim a renda familiar. Ainda na solenidade, juntamente com o Secretário de Agropecuária e Abastecimento e Diretor da Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC), Leonídio Bouças, assinamos convênio de estágio entre a Emater-MG e a faculdade.
Depois da abertura, seguimos para uma entrevista ao vivo para o Jornal MG Tv, da Rede Integração. Logo após, participamos do Jornal da Rádio Educadora e do Programa Balanço Geral, exibido pela Tv Paranaíba. A revista Campo e Negócios e o Jornal Correio de Uberlândia também cobriram o evento. Em todas as entrevistas ressaltei a importância da Semana da Família Rural e as políticas públicas para agricultura familiar e o agronegócio mineiro, como o Programa de Aquisição de Alimentos, Inserção dos produtos da agricultura familiar na merenda escolar, Juventude Rural, Minas Sem Fome e Crédito Rural.
Na cidade de Tupaciguara, estivemos na parte da tarde, em reuniâo com empresários europeus para discussão da implantação de um sistema de captação de energia solar. Encontramos também com lideranças rurais e autoridades da cidade, para tratar das propostas de trabalho para o setor agropecuário.
Finalizando o dia, e olha que dia produtivo, ministrei uma palestra para os alunos do curso de Agronomia e Medicina Veterinária, 8° e 9° período respectivamente, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), no Bloco 4T, Auditório da Odontologia. Os alunos estão cursando a disciplina de Extensão Rural, com a Professora Cristiane Amaro da Silveira, e o tema da palestra foi “Jeito Mineiro e as políticas públicas para extensão rural”.
No dia 09 na parte da manhã, encerrei o trabalho na cidade de Uberlândia, participando da gravação do programa exibido aos domingos, Paranaíba Cidade.
E encerramos o dia em Guanhâes, numa importante reunião com produtores de Queijo Artesanal, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Instituto de Mineiro de Agropecuária, Prefeituras, Emater-MG. Com objetivo de discutir a criação de um consórcio Intermunicipal de Sanidade dos produtos da agricultura familiar.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Tecnologia faz a diferença

Ainda há um grande caminho a percorrer, quando se fala da evolução do volume de produção, proporcionada pela aplicação do conhecimento técnico cientifico, tendo como base as várias tecnologias disponíveis e ainda não utilizadas por boa parte dos agricultores.

Uma dessas tecnologias é a calagem, cuja finalidade é a de corrigir a acidez existente no solo e disponibilizar cálcio e magnésio para a lavoura e, ao mesmo tempo, aumentar a eficiência dos fertilizantes utilizados.

Para se ter ideia da importância da análise de solo, uma ação fundamental para identificar os níveis de acidez no terreno e, consequentemente, ter conhecimento da necessidade ou não da aplicação de calcário, somente no ano de 2008 foram realizados 198 mil análises de solo em todo o estado de Minas Gerais, o que ainda é insignificante.

Segundo dados do Sindicato das Indústrias de Adubos e Corretivos do Estado de Minas Gerais (Sindac), no mesmo ano de 2008 foram utilizadas 2.914.799 toneladas de calcário. Uma utilização muito pequena, quando comparada com as 2.776.000 toneladas de fertilizantes aplicados nos terrenos, no mesmo período.

Esses dados mostram uma relação de 1,05 tonelada de calcário para 1 tonelada de fertilizante, enquanto que o mais aceitável seria a utilização de 3 toneladas de calcário para cada tonelada de fertilizante aplicado.

Quando o pH (índice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer) não é o ideal, a absorção dos nutrientes pelas plantas fica totalmente prejudicada, pois esses nutrientes ficam retidos no solo devido à concentração de hidrogênio, impedindo que a planta os absorva.

Um solo ácido, geralmente tem baixo teor de cálcio e magnésio, elementos químicos importantes para as plantas, e alto teor de alumínio, que é tóxico. Em solos muito ácidos, esses problemas aparecem ao mesmo tempo, com frequência.

Quando o calcário é aplicado no solo há uma reação química corrigindo os níveis de acidez. Ao elevar o pH, o corretivo (calcário) neutraliza os efeitos negativos do alumínio e manganês tóxicos, garantindo os teores de cálcio e magnésio que as plantas necessitam, aumentando a disponibilidade dos nutrientes e, consequentemente, a sua eficiência.

Neste cenário, justifica-se uma ação efetiva no sentido de incentivar a utilização do calcário de acordo com os preceitos técnicos visando a melhoria da qualidade do solo e o aumento da produção, principalmente neste momento em que a segurança alimentar é uma preocupação universal.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Maior eficiência na produção agrícola

A agricultura brasileira passou por uma evolução muito grande nos últimos 40 anos. Áreas de cerrado, até então consideradas improdutivas, transformaram-se em verdadeiros celeiros de produção, colocando o Brasil como um dos mais importantes produtores de alimentos do mundo. Ao longo deste período, o país acumulou um vasto conhecimento técnico e científico que permitiu toda essa evolução.

De acordo com o levantamento de safras realizado pela Conab, divulgado no mês de junho de 2009, o Brasil possui 47,6 milhões de hectares ocupados com lavouras anuais. A maior área é a explorada com a cultura da soja, com 21,730 milhões de hectares. Em seguida aparece a cultura do milho com uma área total de 14,122 milhões de hectares e, em terceiro lugar, o feijão com uma área plantada de 4,159 milhões de hectares.

O Estado de Minas Gerais é o quinto colocado no ranking nacional de produção de grãos com uma participação de 10,2 milhões de toneladas, o que representa 7,6% da produção nacional de 134,15 milhões de toneladas.

Na produção de milho de 1ª safra, Minas é o segundo maior produtor do país e o terceiro maior produtor na produção de 1ª e 2ª safras juntas. No plantio de feijão o Estado é o segundo colocado representando 18,3% da produção nacional de 1ª safra e 15% da produção de 2ª e 3ª safras juntas.

Minas Gerais é o primeiro produtor brasileiro de café participando com 49,23% da produção nacional e, na exploração da cana-de-açúcar, é o segundo maior produtor do país, com 7,8% da produção nacional.

Em que pese toda a evolução do volume de produção, proporcionada pela aplicação do conhecimento técnico cientifico acumulado ao longo do período considerado, ainda há um grande caminho a percorrer, tendo como base as várias tecnologias disponíveis e ainda não utilizadas por boa parte dos agricultores, na busca de maior eficiência da produção agrícola.

Conversaremos mais sobre este assunto!

terça-feira, 7 de julho de 2009

Políticas Públicas para o desenvolvimento rural: o papel da assistência técnica e extensão rural

A audiência no Senado para discutir as políticas públicas para o desenvolvimento rural, o papel da assistência técnica e extensão rural, teve a participação de:

- Quatro senadores da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado (Valter Pereira – presidente, Gilberto Goelllner - vice- presidente, Jaime Campos, Romeu Tuma e Serys Shhessarenko);
- Dos deputados federais Eliene Lima (MT) e Valdemir Moca, além do Deputado Estadual do Rio de Janeiro e ex-presidente da Emater/RJ Nilton Salomão;
- Pela Contag, Ronaldo;
- Lino Moura - da Fazer;
- Hur Bem pelo MDA;
- E dirigentes das Entidades: Luiz Cláudio (Emater-RN); José Roldão (Agraer/MS); Carlos Magno (Emater/DF); Julio Zoé (Ipa/PE); Jaime (Empaer); Jefferson Emdagro e Luiz Hermann (Epagre/SC); Valmir (Emater/CE) e Marcos (Emater/PB);
- Além de extensionistas do Goiás e Espírito Santo.

Em meu pronunciamento, no Auditório Theotônio Vilela, destaquei que o problema do país não é a produção de alimentos, mas o acesso à alimentação. E que, tão sagrado como o acesso a alimentação, é o acesso ao conhecimento e inovação tecnológicas, gerados pela pesquisa. E isso só é possível com uma Extensão Rural forte. Destaquei também que os extensionistas nos 5.298 escritorios no país talvez sejam a primeira da última esperança de uma família rural mudar sua vida com acesso à políticas, como crédito rural e energia elétrica.

Os Estados cumprem seu papel garantindo 80% do custo da extensão no país. Contratamos nos últimos seis anos mais de cinco mil novos extensionistas, saindo de 12.500 em 2003 para 16.600 em 2008. E, quanto mais dificuldade tem a região, como os casos do norte e nordeste do Brasil, mais sustentadas foram as entidades de Extensão Rural. O coração do agronegócio, a região centro-oeste, precisa que a extensão rural seja reestruturada. Propusemos também a criação do PAC da Extensão.

A extensão rural tem que ser considerada um serviço essencial, como educação, saúde e segurança. Se investirmos em extensão, garantindo que as pessoas tenham condições de permanecer no campo, reduziremos o fluxo dessas pessoas para as cidades e, consequentemente, as mazelas sociais.

Encerrei pedindo apoio do Senado para que o presidente Lula anuncie no lançamento do plano SAFRA 2009/2010 para agricultura familiar o envio da Lei geral de ATER para o Congresso Nacional.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Pequena propriedade acessa mais crédito que as médias e grandes propriedades

Os recursos liberados para a agricultura mineira na safra 2008/2009 tiveram os seguintes desempenhos: para a agricultura familiar, o número de contratos em Minas Gerais tiveram uma redução de 3,3% em relação a safra 2007/2008, enquanto o montante de recursos cresceu 21,7%. Já no Brasil, o número de contratos reduziu 11,5% e o montante de recursos cresceu 17,8%, portanto, Minas teve desempenho superior ao país em 3,9%.

Para os médios e grandes produtores, tanto em Minas como no Brasil, houve redução no número de contratos e também no montante de recursos liberados. Em Minas, o número de contratos reduziu 13,2%, e no país 11,3%, portanto, o desempenho no Brasil foi 1,9% superior.

No montante de recursos, Minas reduziu 14,7% e, no país, a redução foi de 14,3%, praticamente o mesmo desempenho. Minas Gerais, que em 2003 era o 5º estado do Brasil em aplicação de crédito para agricultura familiar, hoje ocupa a 2ª colocação, saindo dos 202 milhões em 2003 para 1 bilhão em 2008.

É Minas avançando mais que o Brasil.

domingo, 5 de julho de 2009

Ater em debate

No 07 de julho, terça-feira, acontecerá em Brasília uma audiência pública no Senado Federal sobre políticas públicas para o desenvolvimento rural, o papel da assistência técnica e extensão rural. Na segunda-feira, dia 06, às 10 horas, espero você para conversarmos sobre este assunto.

Segurança alimentar: o desafio

O mundo vive alguns dilemas. Um deles, a segurança alimentar. Só na América Latina são 56 milhões de famintos. O outro dilema, que está presente em todos os fóruns realizados no país e no mundo, é a segurança ambiental, uma expressão até então pouco falada.

O mundo precisa aumentar a produção de alimentos para uma população que cresce assustadoramente e, ao mesmo tempo, garantir às futuras gerações a oportunidade de viverem em condições, no mínimo, como a que estamos vivendo.

Temos testemunhado que a natureza, mesmo sendo generosa, quando maltratada, reage. Exemplo disto é o norte com enchentes e o sul com seca. Como disse o poeta: “ O sertão vai virar mar....” Será? Ou o sul vai virar semi-arido.

Dentro deste cenário, várias iniciativas, e um importante debate. A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara Federal realizou, no dia 02, audiência pública para discutir a certificação agrícola. A certificação é um conjunto de critérios importantes para garantir mercado para produtos agrícolas, diante de compradores cada vez mais conscientes e exigentes, bem como para dar segurança aos consumidores de que estão adquirindo produtos ecologicamente sustentáveis, socialmente justos e, é claro, economicamente viavéis. Resumindo, garantir segurança alimentar e ambiental.

Algumas certezas: o código florestal precisa ser amplamente discutido e ter um novo aparato legal, considerando a evolução cientifica e tecnológica do país e a diversidade regional, e contemplando os preceitos do desenvolviemnto sustentável. A sociedade deve pagar pelos serviços ambientais que os agricultores prestam. E, a responsabilidade é do estado brasileiro que, aliás, arrecada 38% do PIB do país em impostos. Esta é uma medida que, além de ser justa, irá criar um movimento no país de adequação das atividades nas propriedades rurais.

O assunto, dá um bom debate....

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Novidades no Programa Mais Alimentos

Sempre na primeira quinta-feira do mês ocorre a reunião do Comitê de Gestão e Acompanhamento do Programa Mais Alimentos, que é liderado pelo MDA, tendo a participação da Anfavea, Asbraer e, quando necessário, dos agentes financeiros BNB, BASA e BB. Com a Abimaq é realizada também uma renião mensal.

Nesta quinta, dia 02, foi uma renião de peso, uma vez que o Programa tem um ano de vigência, e venceu dia 30 de junho. Com isso, a preocupação era com o encerramento do Mais Alimentos. Preocupação superada com a reunião no Palácio do Planalto, na qual o próprio presidente da Republica anunciou a continuidade do Programa.

Mas, uma coisa é anunciar a continuidade do Programa, a outra é fazê-lo chegar aos agricultores. Então, tinhamos assuntos estratégicos a discutir. A começar pela a publicação de uma portaria do Ministério da Fazenda com a equalização das taxas de juros, e a garantia de que não ocorra uma lacuna para o início dos financiamentos deste novo ano agrícola.

Foi anunciado pelo Sr. Hercilio Matos, coordenador do Comitê pelo MDA, que a referida portaria será publicada nesta sexta-feira, dia 03 . Assim, não haverá interrupção do Programa.

Outro ponto, que a imprensa já divulgou, inclusive com a fala do próprio ministro do MDA, Guilherme Cassel, é sobre o seguro da agricultura familiar para operações de investimento. Já existe o seguro para custeio. O seguro para investimento, acredito que será um fator facilitador para a trava das exigências dos bancos por garantias que, aliada à burocracia e ao licenciamento ambiental, têm sido os principais entraves para a liberação dos financiamentos.

Alguns pressupostos do Programa merecem destaque, como é o caso do objetivo dos financiamentos não serem apenas para máquinas e implementos, e sim para financiar todas as atividades necessárias para garantir a renda, a sobrevivência dos agricultores e fornecer condições para que estes possam cumprir seus compromissos financeiros, especialmente o financiamento.

Não sendo assim, o crédito, em vez de ajudar, atrapalha, vira dor de cabeça para os agricultores. Ao dizer isto, ressalto que ainda há muita falta de informação sobre o Programa. Por isso, a Asbraer defendeu a produção de material com esclarecimentos sobre o Mais Alimentos.

Mas, um entrave não foi anunciado. O Fundo Garantidor, que é uma bandeira das organizações dos agricultores, e solução definitiva para as garantias.

O Mais Alimento permitiu colocar no campo, até agora, mais de 12 tratores e de 36 mil implementos. Creio que isto favorece a vida dos agricultores, principalmente sendo financiados com projetos bem feitos e com assistencia técnica de qualidade.